Flávia Mota, autora dos capítulos 9 e 12, fala sobre sua trajetória profissional e projetos de Trabalho Social

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Autora dos capítulos 9 e 12 – “Projeto de trabalho social de intervenções destinadas à demanda aberta” e  “Gestão, licitações, convênios e contratos”, respectivamente -, Flávia Mota é assistente social formada pela PUC-Minas (1988) e atualmente presta consultoria na área social.

 

Flávia possui forte atuação como técnica e coordenadora de trabalhos sociais nas áreas de desenvolvimento urbano e meio ambiente e na elaboração de projetos participativos para as várias fases dos processos de licenciamento ambiental. Possui, ainda, experiência como articuladora junto a agentes financiadores do trabalho social – nacionais e internacionais – na elaboração, execução e monitoramento de planos diretores/ globais/ de assistência social. Atuou no reassentamento de cerca de 10 mil famílias e em ações de mobilização e comunicação de atores sociais. Domínio para formação, capacitação e gestão de equipe social. Participou de conselhos e conferências municipais e estaduais de Habitação, Assistência Social e das Cidades.

 

Na entrevista a seguir, Flávia fala sobre sua trajetória profissional, desafios e aspectos mais importantes na hora de desenvolver projetos de trabalho social:

 

1) O que levou você a atuar com trabalho social? Como foi sua trajetória até chegar ao curso do MCidades?

 

Sou assistente social formada em 1988 e, antes mesmo de ser um profissional da área social, militei em movimentos sociais na organização de mulheres na área rural. Desta época até o momento do Curso, minha trajetória foi desde estagiária do Programa PROFAVELA (1986), com um salto na concepção das vilas e favelas de Belo Horizonte, até meu status atual de consultoria na área social, passando por técnica social, coordenadora social e RT do trabalho social do município de Belo Horizonte.

2) Quais experiências te marcaram e influenciaram no processo de autoria dos capítulos?

 

Ter sido técnica social de campo (seja como prestadora de serviço à prefeitura, seja como supervisora pública) e mais tarde RT do Trabalho Social me permitiu conhecer e reconhecer as duas frentes de trabalho. Como coordenadora participei de construções coletivas (eu coordenava um grupo de 10 coordenadores sociais) como: termos de referencias, propostas técnicas, instrumentos de controle e gestão financeira de contratos, refinamento metodológico do trabalho social, etc

 

3) O que você considera como os maiores desafios ao trabalhar com a demanda aberta?

 

O MCMV tem grandes desafios, como a seleção de famílias vindas dos vários programas municipais com origens, tempos de acompanhamento social e identidade sócio-territorial diferentes – e que são assentadas, muitas vezes, numa mesma área. Também há a relação tempo obra X tempo trabalho social x tempo família. Além disso, o bom resultado do trabalho, tanto do pré como do pós morar, está relacionado com o processo de acompanhamento dessas famílias que já estão nos programas municipais pelas iniciativas e contrapartidas dos municípios.

4) Levando em conta as suas experiências, o que você identifica como mais importante na hora de desenvolver projetos de trabalho social?

 

Elaborar planejamentos participativos com os moradores dos condomínios, pensar na sustentabilidade da intervenção que pode ser viabilizada por uma consolidação de uma rede de serviços e a integração dos residenciais a cidades como um todo.  Os núcleos urbanos, enquanto fenômeno vivo, em movimento, são resultantes da interação das estratégias de múltiplos atores sociais que deflagram no cotidiano da vida na cidade. Esse cotidiano exige ações e intervenções que respeitem essa interação.

 

5) O que você espera como resultado do Curso? O que você indicaria para os estudantes como indispensável na hora de pensar os projetos, o que eles devem dar mais atenção, considerando o conteúdo que você preparou?
Como resultado eu espero que cada estudante pense no conteúdo ofertado não como uma receita de bolo, mas sim em como aplicá-lo em um espaço vivo onde sujeitos transformam e modificam o meio ambiente onde moram ou morarão. Necessário se faz refletir sobre os cenários das cidades, conhecer a política de desenvolvimento urbano, abrir novos horizontes, quebrar alguns paradigmas, considerar outros olhares, adquirir novos conhecimentos.

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2 Respostas

  1. Ataise de Lima Vilas Boas Maroneze

    Boa noite Flavia.
    O trabalho social é muito importante, porém muitas vezes temos que reprogramar e reprogramar, implantar novas ações devido ao atraso ou abandono da obra por parte da empresa licitada, o que gera grandes transtornos para a equipe técnica envolvida no processo e principalemnte para as famílias beneiíciadas. Tive experiencia em um programa de habitação com 43 unidades habitacionais prevista para 12 meses de obra e levou ao todo quatro anos.
    Abraços

  2. Gostaria muito de fazer esse curso, não sabia da disponibilidade do mesmo só vi agora, dava prá fazer minha matrícula? sou assistente social e esse curso contribuirá muito para minha profissão.
    Atenciosamente,
    Regina

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