Banco de Experiências reúne depoimentos sobre Programas de Habitação de todo o Brasil

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A troca de experiências é um processo rico e essencial para quem atua com Trabalho Social em programas de habitação de interesse social. Pensando nisso, foi incluída no Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem do Curso uma área especial: o Banco de Experiências. O espaço é um incentivo ao compartilhamento de ideias e práticas, para que todos possam contar suas experiências e também conhecer outras realidades na busca por inspirações e soluções dos problemas que enfrentam em sua própria vivência. Estudantes de todas as regiões do Brasil enviam textos contando como desenvolveram seus projetos, as dificuldades enfrentadas e a satisfação ao ver os resultados nas comunidades.

 

Os relatos são pessoais e partem de experiências vividas em contextos muito distintos: assentamentos, comunidades indígenas, rurais e urbanas. Os estudantes avaliam o desenvolvimento do projeto, destacando o que consideram boas práticas, que podem colaborar para o trabalho dos colegas. “Quero dar extrema relevância à importância do “real” diagnóstico nas comunidades a serem trabalhadas, digo REAL, porque vejo muitos projetos que não conseguiram se desenvolver por terem atropelado esta etapa tão importante e fundamental para o êxito do trabalho”, escreve Luis Felipe Sousa Miranda, ao contar sua experiência na Cooperativa Indígena Pataxó, em Santa Cruz Cabrália, na Bahia.

 

Outros estudantes também contam suas percepções sobre o processo de adaptação das famílias à nova moradia: “Foi possível perceber o choque com a nova estrutura oferecida e com a nova maneira de viver coletivamente, prerrogativas, até então, desconhecidas por parte destas pessoas, uma vez que na maioria dos casos moravam em situações de vulnerabilidade e sem infra-instrutura”, relata o assistente social Ediney Cardoso Gomes, de Feira de Santana, na Bahia, ao descrever as atividades no residencial Vida Nova Aeroporto I. A partir das avaliações sobre as dificuldades enfrentadas pelos moradores, ele destaca a importância da “realização de ações antes da ocupação, imbricada no compromisso de orientar, sanar dúvidas quanto à nova realidade de moradia destas pessoas.”

 

As situações se repetem, mas as abordagens são feitas de acordo com a realidade e a demanda de cada lugar. No Condomínio Ferrabraz, em Sarapinga, no Rio Grande do Sul, em decorrência das dificuldades de adaptação, “começaram os conflitos entre os vizinhos, a prostituição, as drogas, o desrespeito ao patrimônio comum a todos e a inadimplência com suas obrigações enquanto moradores de um Conjunto Habitacional”, como contam a assistente social Cleide da Silveira Pastorini e a socióloga Denise Lucini. A solução encontrada foi realizar oficinas e palestras para fortalecer e empoderar as famílias beneficiárias dos Programas Bolsa Família, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Governo Federal – Ministério da Agricultura Familiar e Programa Alimentos Seguros (PAS) – SENAI – SENAC: “Sabe-se que a família é o primeiro grupo no qual o indivíduo é inserido, sendo que esta tem uma grande influencia e importância na vida dos sujeitos. O grupo familiar é responsável pelas mudanças profundas e significativas tanto no modo de relacionamento entre os membros da família, como na sociedade que esta inserida”, avaliam.

 

Cada experiência compartilhada traz um aspecto interessante, um modo de encarar as dificuldades, uma abordagem diferente e soluções criativas. Tanto escrever um relato quanto ler o relato de colegas são exercícios importantes, que colaboram para o aperfeiçoamento das ações realizadas nos projetos e proporcionam um conhecimento ímpar sobre os programas de habitação de interesse social, suas diferenças e semelhanças. Com depoimentos vindos de todas as regiões do país, a troca se torna ainda mais rica e construtiva.

 

Abaixo, está disponível a experiência na Cooperativa Indígena Pataxó, em Santa Cruz Cabrália, na Bahia:

 

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Uma Resposta

  1. Aderlindo Alves da Fonseca

    Tive a experiência de participar do Projeto de Macrodrenagem da Baca do UNA-Belém-PA, que começou por volta de 1980, como liderança comunitária, morador “beneficiado” e remanejado, estudante de Serviço Social e Hoje Assistente Social, residindo num conjunto Habitacional chamado Residencial Paraíso dos Pássaros, onde cerca de 2.000 famílias foram remanejadas das áreas de alagamentos de cerca de 10 bairros da cidade, hoje pouco menos de 1.000 famílias permanecem no assentamento, a maioria vendeu seus lotes e ou casas, e outras cerca de 3.000 famílias a maioria bem aquinhoadas, totalizando cerca de + de 25.000 habitantes, residem no residencial, dividindo os lotes de 6,00 mts x 12, ou 6 x 18 mts ou 6 x 20 a 35 mts, e tanto os remanejados como os que ficaram nas áreas “beneficiadas” brigam na justiça pelo cumprimento do projeto, por sofrerem alagamentos e ou abandonos, onde acontecem de tudo por aqui, menos desenvolvimento, fala de tudo: Serviços públicos, como espaços de lazer, Saúde, educação, segurança, etc..os descasos da autoridades, de Prefeito e governador são a Tônica discriminatórias, eu continuo na morada, à 500 mts do Aeroporto Internacional de Val-de-Cans!

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